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Dislexia e a arte de amar os livros

Foto do escritor: Letícia Ludwig MöllerLetícia Ludwig Möller



RESENHA DE "ABISMOS E ASAS: UMA JORNADA"

Livro de Eliane Campos

Por Thereza Queiroz


A narrativa corajosa de Eliane Campos vai muito além do relato de experiências de vida na condição de disléxica. Suas memórias são a legítima expressão de uma travessia subjetiva através do vasto mundo de palavras que insistem em questioná-la, desafiando-a a ultrapassar limites.


A autora traz pedaços preciosos da sua memória afetiva, convidando o leitor a acompanhá-la de perto nas vivências do cotidiano desafiador de uma disléxica, única forma de entender a relevância e o mérito que essa condição representa na escolha profissional que empreendeu.


As palavras fugiam, o corpo vacilava, a escrita a constrangia, mas nada tão forte e decidido quanto seu desejo de superação. Para isso não economizou esforços. Assumiu a responsabilidade de uma longa jornada de formação e trabalhou arduamente ao longo dos anos.


Podemos dizer que causou em si uma verdadeira revolução. Tornou-se terapeuta de disléxicos, realizando um trabalho inovador no qual a literatura foi o fio que bordou uma nova escrita.


Ensinou, com maestria, crianças e adolescentes a amar. Não apenas a literatura, o que já seria um grande feito. Ensinou-as a arte de amar os livros, a arte de escrever e cuidar das palavras como bens preciosos que podem salvar vidas e construir destinos.


Por todas essas razões considero indispensável a leitura do belíssimo livro de Eliane. Ele nos oferta com simplicidade, delicadeza, leveza e humor o aprendizado de um saber-fazer, próprio aos que aceitam levar a sério a sua história, permitindo a outras histórias e personagens da vida real existência mais feliz que conduza do abismo à liberdade.

 

Thereza Queiroz

Psicanalista



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